domingo, 29 de maio de 2016

RESTAURAÇÃO TAMPO DE MESA EM FREIJÓ.

RESTAURAÇÃO TAMPO PARA MESA DE TRABALHO EM FREIJÓ:

Madeira: Freijó.

Acabamento:
- Óleo Mineral;
- Cera para peças marchetadas.

Dimensões: 1320mm X 700mm.
ANTES:






DEPOIS:




                                       


Primeiro Passo: lavagem.

Aqui utilizo detergente neutro, esponja (lado abrasivo), escova e água (muito pouca água). Retiro o excesso de água com pano absorvente, e deixo secar à sombra em seu sentido vertical.




Segundo Passo: Confecciono as "borboletas" - não sei ao certo se esse é o nome que se dá à peça, mas é assim que me parece - para travar as rachaduras (bem profundas lado a lado da prancha).



Terceiro Passo: Com a tupia, mantendo o formato da borboleta abro a fresa, deixando o local em baixo relevo.



Quarto Passo: Finalizo com formões.



A segmentação das peças tem que ser bem justa, pois,caso contrário perde a função.



Toda a extensão da rachadura é coberta pelas "borboletas"; deixo em média 150mm de espaçamento.





                                     


As frestas das rachaduras - faltaram as fotos, mas com uma justificativa plausível: foi a primeira vez que utilizei esta técnica - foram preenchidas com cola epóxi; da seguinte forma: Separei a parte líquida da cola - em pequenas quantidades para que não houvesse perda - e misturei com serragem da própria medeira. A seguir, acrescentei o adesivo, homogenizei-o e apliquei nas frestas e pequenas depressões. após à abrasão o resultado foi surpreendente.

Aqui, as ferramentas mais utilizadas:


- Abrasão:

- Esquadrejando a prancha:


- Aplicando óleo mineral:


- Confirmando o nivelamento da peça já anexada à bancada. Não fiz a retirada do tampo antigo, para que reforçasse o espaço de trabalho. Nota-se que se encontra ligeiramente desnivelada - acredito que seja o piso, pois é assim em toda sua extensão, mas de muito fácil solução.


- Confirmando o esquadrejamento da peça. Neste item - perfeito!





Considerações: Esta prancha de Freijó consegui em um Brechó juntamente com as partes frontais das gavetas que apresenta a mesma madeira (acredito que foi uma escrivaninha). Decidi reformar minha mesa de trabalho com ela. Seu estado era deplorável: rachaduras em quase toda a extensão, óleo automotivo sobre o tampo (por isso optei em invertê-lo e dar um acabamento natural - impossível a aplicação de verniz ou staim). Portanto, o aproveitamento para um projeto mais fino seria ínfimo, e além do mais minha mesa estava necessitando de uma reforma. 
   Suas características estão muito bem definidas no Guia do Marceneiro. O que me surpreendeu foi em relação ao diâmetro máximo de seu tronco, que é de 900mm em áreas de ótimo crescimento. Portanto, concluo que a peça é de enorme qualidade, pois sua largura é de 700mm. Concluindo: o diâmetro do tronco de onde surgiu esta prancha tinha um diâmetro bem maior do que o máximo apresentado em suas características. Acredito ainda que, a peça na qual ela fez parte tenha pelo menos uns 60 anos. A título de comparação: Esta madeira substitui o mogno no mobiliário de primeira linha.
Um abraço a todos.

4 comentários:

  1. Olá Osvaldo.

    Maravilhosa a recuperação da prancha, ficou linda com os detalhes em forma de borvoletas, incrível! É o tampo de uma mesa?
    Gostaria de fazer uma consulta, desculpe o abuso, rs, é que comprei uma mesa para restaurar e o tampo, que é formado por três pedaços de madeira, está empenado, acredito que tenha sido molhada, qual seria a melhor forma para tentar desempenar? Se puder me orientar agradeço.
    Abraços

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    Respostas
    1. Regina,
      te respondi através da mensagem que me enviou.
      Não sei se receberá, pois, após o envio, detectei que a mensagem partiu de um provedor de comentários. Caso não tenha retorno me envie seu e-mail para que eu passe a você o que aprendi.
      Osvaldo Ururahy

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    2. Olá Osvaldo,

      Recebi não, mas agradeço a atenção e deixo meu email: guacheatelierblog@gmail.com
      Muito obrigado e abraços.

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    3. Bom dia Regina.
      Como já tinha afirmado te respondi pelo e-mail de comentários. Acredito que por este motivo não tenha chegado até você.
      Eu gostei muito desta restauração. Principalmente pela recuperação de uma peça que estava completamente inviável ao uso.
      Acredito que tenha sido uma escrivaninha.
      Então vamos:
      Acompanho seus trabalhos há algum tempo, e sei que o seu conhecimento em madeiras vai muito além da média.
      Existem inúmeras maneiras para o desempeno de uma peça. Contudo, acredito que o item mais importante está
      em sua espessura. Haja vista que, o citado defeito gera superfícies côncavas e convexas em graus diversos.
      Portanto, seu aparelhamento – na maioria dos casos - diminui esta espessura (necessita analisar o quanto resultará este estreitamento).
      No caso em pauta acredito que, a separação das três partes seja o início de tudo. Pois, as peças separadas te darão uma visão
      mais ampla do defeito.
      Eu inicio o desbaste na parte côncava - normalmente com uma plaina manual ou na desempenadeira – a seguir levo ao desengrosso.
      Se tiver dúvidas o melhor é procurar um profissional para análise mais pormenorizada do resultado e os caminhos para chegar
      onde deseja.
      Sei que compreenderá que nunca poderei ser preciso nas informações sem ter a peça em mãos. De qualquer forma nunca poderei
      deixar de atendê-la.
      Te envio um forte abraço.
      Osvaldo Ururahy
      Te respondi no Blog, pois a mensagem não saiu da caixa de envio.

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